Artrite Reumatóide: Minha vida hoje (2010)

"Existe vida após a AR", tudo que fazíamos antes da AR, podemos fazer agora, só que de uma forma diferente. Enquanto houver alegria em meu coração, força e vontade de viver, a Dor da AR não me levará a tristeza. Acredite, Dor Compartilhada é Dor Diminuída, compartilhe a sua dor e saiba o quanto nos faz bem falar com gente como a gente. Aqui tem um pouco da minha história e muito de mim, deixe um pouco de você através dos comentários.(todos os comentários são respondidos)

A doença chega a nossas vidas derrepente e nos apresenta limitações e dificuldades até então desconhecidas. Passamos a viver uma vida de por quês?. Ansiedades, medos, inseguranças passam a fazer parte de nossos dias. Porém a vida não termina aqui, começa uma nova vida, onde temos que rever nossos conceitos, procurando adaptar toda uma vida, costumes, rotinas diárias e enfrentamos uma sociedade que preconceituosa, ainda rotula as doenças reumáticas como “doença de velho”, o que não é verdade. As doenças reumáticas estão presentes em todas as faixas etárias e por acreditar que Dor Compartilhada é Dor Diminuída, eu criei este blog em agosto/2007.

A missão deste blog é compartilhar experiências, divulgar informações e lutar pela melhoria da “qualidade de vida do doente reumático no Brasil”.

Unidos na missão de dizer ao mundo que somos artríticos sim + que estamos vivos, temos sonhos e acreditamos que um dia a tão sonhada “estabilização da doença” irá chegar e se prepare “mundo” somos pessoas com doenças reumáticas, com necessidades especiais e somos diferentes em nossas características + somos normais, amamos, choramos, podemos ter família, trabalhar, formar carreira, tudo, podemos todas as coisas sempre “respeitando nossos limites”

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domingo, 25 de julho de 2010

Minha vida hoje (2010)

Publiquei este blog em Agosto de 2007. A artrite começou devagarzinho, era uma dor aqui, outra dor ali, a principio por conta das dores articulares que não tinham uma explicação, minha reumato prescreveu Difosfato de Cloroquina, usei Cloroquina aproximadamente durante oito meses quando derrepente, as dores se tornaram mais intensa e apresentei:

- Rigidez Matinal

- Edema articular acompanhado de vermelhidão

- Poliartralgia (dor em múltiplas articulações)

- Febre vespertina sistêmica (que chegava ao final da tarde, acompanhada de mal estar e muita dor articular) + que passava sozinha, algumas horas depois.

Neste momento, foi indicada a troca de Cloroquina por Metrothexate combinado com pequenas doses de prednisona, usei essa medicação durante aproximadamente 2 anos.

No mês de agosto/2008, eu tive uma dormência na minha esquerda, que passou a ter menos força e diminuída a sensibilidade, esse foi meu primeiro sintoma neurológico, na ocasião foi sugerido artrose precoce de joelhos que poderia estar causando compressão dos nervos o que justificaria a diminuição da sensibilidade e força motora, em avaliação no ambulatório do Joelho, foi diagnosticado “Encurtamento Muscular” em MIE, fui então para intensa fisioterapia que ajudou a corrigir este encurtamento, porém, desde então a perna esquerda tem a sensibilidade diminuída. Começou então a pesquisa para doenças desminielizantes, colhi meu primeiro liquor que veio apenas com gamaglobulinas aumentadas, o que seria inespecifico, fiz ressonância magnética de crânio sendo evidenciado “múltiplos focos de gliose em região periventrilar bilateral”, o que também é inespecifico e não determina diagnóstico. Passei o resto de 2008 e primeiros meses de 2009, investigando a possível causa da Neurite Periférica em MIE, fiz pesquisa para Esclerose Múltipla e Doença de Devic, porém, faltavam dados clínicos, de imagem e de laboratório para determinar diagnóstico.

Até que em Abril/2009, observei meu olho esquerdo enxergando as coisas desbotadas e ligeiramente desfocadas, então busquei auxilio de um médico neurologista, sendo indicado a realização de “Potencial Evocado Visual”, devido a grande dificuldade de encontrar locais que realizam este exame só consegui fazer o potencial no mês de Junho, e em Julho/2009, apresentei um quadro de “Neurite Ótica Clássica” no Olho Esquerdo com:

- Perda da visão

- Dor Ocular (muita dor) que piorava ao movimentar os olhos

- Tontura

- Fadiga aos mínimos esforços

Procurei o Pronto Socorro e fui internada para investigar e começar a pulsoterapia no dia seguinte, porém, no dia seguinte a internação, cancelaram a pulsoterapia por acreditar que eu tive uma Neurite Ótica causada por Doença de Lyme, então conversei com o médico e chegamos que Doença de Lyme (borreliose, doença do carrapato), não poderia ser porque nunca tive contato com carrapato. Então o médico neurologista daquele hospital, chegaram a conclusão de que tive uma “Neurite Ótica Tóxica” causada pelo uso contínuo de Metrothexate, alegando que existia uma referência bibliográfica que relatava que, após suspender o uso de MTX a recuperação da visão seria gradativa e voltaria a enxergar em até 8 semanas. Pois então, suspenso o MTX, 01 semana depois que retiraram o MTX, minha artrite que estava dormindo, acordou e voltei a dor articular de grande intensidade, febre vespertina e desenvolvi uma “Episclerite Bilateral” a princípio parecia uma conjuntivite + não coçava, não tinha secreção, apenas meus olhos estavam vermelho sangue vivo e o pouco que estava enxergando foi piorando, o que me deixou por quase 3 semanas com grande dificuldade para enxergar e impossibilitada de receber a pulsoterapia devido a febre a infecção nos olhos. Nessa situação fui mantida internada praticamente o mês de julho e agosto/2009, pude receber a pulsoterapia com metilprednisona quase 01 mês após ter tido a neurite ótica no olho esquerdo, o que prejudicou a recuperação da visão, recuperei a visão central, perdendo toda a visão periférica no olho esquerdo, eu só enxergo totalmente do olho direito e não vejo as laterais nem pra cima nem pra baixo com o olho esquerdo.

Após ter alta hospitalar em Agosto/2009, iniciou-se uma intensa pesquisa médica multidisciplinar para então descobrir a causa da neurite ótica, colhi liquor da medula espinal por 06 vezes, fiz anti-aquaporina 4, liquor com bandaoligoclonais e uma infinidade de ressonâncias magnéticas, repeti o potencial evocado visual e realizei campos visuais que comprovam a perda da visão no olho esquerdo. A pesquisa para Esclerose Múltipla e Doença de Devic, foi negativa, não preenchi critérios para doença desminielizantes e passei de Agosto à Dezembro de 2009, fazendo exames, sendo examinada por acadêmicos, residentes e professores, conceituados nomes da neuromuscular e reumatologia e neste período não foi possível fechar um diagnóstico. Não pude voltar a tomar MTX por questões éticas, e desde então, minha artrite acordou como uma leoa pronta para me destruir, voltei a ter dores e de julho a dezembro/2009, estive com dose diária de 60mg de prednisona, quando foi feito o desmame da prednisona eu apresentei “Neurite Ótica Progressiva” com perda progressiva da pouca visão que me restou no olho esquerdo e comecei a perder fibras nervosas no olho direito.

Momento em que a neuromuscular, indicou que “não preenchia critérios para EM nem Devic” e que a Neurite Ótica e Neurite Periférica poderia ser secundárias a doença reumáticas. Neste momento foi iniciado a Pulsoterapia combinada com Metilprednisona e Ciclofosfamida, num ciclo de 06 meses, e nos intervalos 30mg de prednisona. Conseguir realizar 04 das 06 infusões, mas meu fígado não agüentou e desenvolvi uma “Hepatite Medicamentosa”.

Hoje mantenho a perda da acuidade visual no olho esquerdo (vejo apenas a visão central), minha artrite nunca mais estabilizou e vivo dias de dores, rigidez matinal, fadiga e a minha perna esquerda continua com a sensibilidade diminuída. Estou usando apenas 30mg de prednisona/dia, ciclobenzaprina 30mg e Venlafaxina 75mg/noite.

Não tenho um diagnóstico fechado, sei que tenho artrite + os médicos não conseguem encontrar o porquê das complicações neurológicas.

Confesso que perder a visão, foi o momento mais difícil da minha vida, abrir os olhos e ver o mundo branco, sem cores, sem formas é indescritível como me senti inválida, com medo, medo de dormir e acordar sem enxergar no outro olho. Como portadora de artrite, sempre imaginei que teria dificuldade para andar, subir escadas, coisas do tipo mobilidade, mas, deixar de enxergar, jamais passou pela minha cabeça.

Hoje aprendi a viver com a pouca visão que restou no olho esquerdo, mas confesso foi difícil, muito difícil mesmo. Mas graças a Deus somos seres humanos que se adaptam com facilidade e eu venci + esta barreira.

Hoje meu FAN é reagente Padrão Nuclear Pontilhado Fino, Fator Reumatóide Negativo, Provas de atividade inflamatória (PCR E VHS) sempre elevadíssima, e demais anticorpos reumatológicos negativos. Vou realizar ressonância magnética das mãos e punhos e Eletroneuromiografia para então passar em nova avaliação no ambulatório da reumato e quem sabe, agora os professores conseguem desvendar este grande mistério.


Obs: Foi provado que Metrothexate não causa neurite ótica e sim degeneração de mácula (coisa rara). Não recebi a pulsoterapia no momento em que devia por um achismo médico, o que perdi, já perdi, a luta é para não perder nada mais.
Em Julho/2009 ainda quando estava internada por conta da neurite ótica, fui aposentada no Serviço Público Federal. Disponibilizo a publicação da minha aposentadoria para fins de pesquisa.
Lembre-se “Dor Compartilhada e Dor Diminuída”.
Bjão


Obrigada a todos pelo carinho e peço que colaborem com suas histórias comentando este tópico.